Com o avanço da tecnologia e dos estudos na área de Engenharia de Materiais, a Odontologia foi, e vem sendo cada vez mais, agraciada com a chegada de novas substâncias para que o paciente receba um tratamento dentário que devolva estética e função a longo prazo, o que faz com que a obturação prateada amálgama não seja a melhor opção atualmente.
A obturação prateada de amálgama está perdendo o seu lugar como material restaurador.
A substituição se dá através de materiais mais estéticos e com características que podem devolver a funcionalidade, como a resina composta.
A obturação prateada de amálgama é uma liga metálica composta, principalmente, por mercúrio e prata.
Mesmo sendo composta pelo mercúrio, um material tóxico, quando bem manuseado não oferece risco a saúde do paciente e do profissional.
A resina composta possui matrizes orgânica e inorgânica em sua constituição, além de um agente químico (geralmente o silano) que as une.
Pode ser classificada, de acordo com o tamanho das suas partículas, em: macro, micro, híbrida e microhíbrida. Quanto menores as partículas, mais estética é a resina composta.
Assim como a maioria dos questionamentos na área da saúde, a resposta é: depende.
Depende do paciente, dos seus hábitos de higiene bucal, da faixa de preço procurada, de qual dente receberá a obturação, dentre outros fatores; apenas o cirurgião dentista poderá dizer, após avaliação, qual é o material indicado para cada caso.
Mas, de forma básica e resumida, tenha em mente que:
OBTURAÇÃO COM RESINA COMPOSTA | OBTURAÇÃO PRATEADA DE AMÁLGAMA | |
INDICAÇÃO | Restaurações menores | Restaurações maiores |
DURABILIDADE APROXIMADA | 10 anos | 30 a 40 anos |
ESTÉTICA | Melhor | Pior |
CUSTO | Maior | Menor |
Alguns fatores, por exemplo a estética, fazem com que o próprio paciente portador de obturação prateada de amálgama sinta a necessidade da substituição pela resina composta.
Outros, como o risco de fraturas, infiltrações e durabilidade podem ser observados em uma consulta de rotina com o cirurgião dentista.
Somente ele será capaz de afirmar se há, ou não, a necessidade da troca da obturação prateada de amálgama pela resina composta.
Por parte dos pacientes, a maior procura para a substituição da obturação prateada de amálgama por resina composta se dá por queixa estética, devido à sua cor metálica que escurece ainda mais ao longo dos anos.
A resina composta possui diferentes tonalidades que se camuflam de forma perfeita ao dente natural, passando a impressão visual de que não há restauração ali, quando bem adaptada.
O preparo cavitário, ou seja, a quantidade de dente desgastado para que a obturação prateada de amálgama seja colocada ao dente, deve ser relativamente grande e com algumas particularidades.
Isso porque a liga metálica possui a necessidade de retenção mecânica para permanecer aderida ao dente.
Dessa forma, mesmo que o paciente possua uma cárie pequena, o cirurgião dentista precisará desgastar dente sadio para que a obturação prateada de amálgama se acomode da forma adequada.
O amálgama ainda possui a característica de sofrer expansão tardia: mesmo após alguns anos como material obturador, pode ser que se expanda e acabe fraturando a porção de dente sadio.
Esse processo é conhecido popularmente como infiltração. É nesse momento em que a troca da obturação prateada de amálgama é fundamental para que não haja colonização bacteriana nas fendas formadas e consequente formação de cárie.
A resina composta, ao contrário da liga metálica, adere ao dente através de um sistema adesivo e não há a necessidade de preparo cavitário com retenção mecânica. Por isso, a porção de dente desgastado é mínima.
O primeiro desmineraliza uma porção dentária para que o adesivo penetre de forma adequada e a resina, literalmente, cole no dente.
A resina ainda possui a vantagem de não sofrer expansão com o tempo.
Apesar da diferença comparativa em relação à durabilidade da obturação prateada de amálgama e da resina composta, o futuro é favorável para o segundo material.
Atualmente, existem resinas que possuem materiais cerâmicos em sua composição.
Eles são capazes de aumentar a durabilidade da restauração, chegando a um tempo próximo (ou até mesmo superior) da obturação prateada de amálgama.
Assim como qualquer material sintético, a resina composta também possui suas desvantagens.
Infelizmente, ainda não existe no mercado um material obturador perfeito e que seja idêntico ao dente natural.
Vale reforçar que apenas o cirurgião dentista é capaz de avaliar o seu caso e indicar se há a necessidade de troca da obturação prateada de amálgama pela resina composta.
Os dentes posteriores restaurados com resina composta, por sofrerem os efeitos da força mastigatória, podem sofrer desgastes ou, até mesmo, fraturas.
Essa característica é raramente observada na obturação prateada de amálgama, devido à resistência que a liga metálica apresenta.
A obturação com resina composta pode, ainda, apresentar alterações de cor devido aos alimentos pigmentados; esse é um problema para restaurações de dentes anteriores.
Entretanto, a obturação prateada de amálgama também não é estética. Geralmente, a porcelana é o material indicado.
A resina composta não se adequa bem às grandes restaurações.
Isso porque não possui resistência semelhante à obturação prateada de amálgama e pode sofrer fraturas quando utilizada nesses casos.
O material que geralmente é indicado para a substituição da obturação prateada de amálgama, quando há a necessidade, é a porcelana.
Mesmo sendo citada como um motivo para a troca no item anterior, a durabilidade da resina composta pura, sem a adição de material cerâmico, ainda não é comparável à da obturação prateada de amálgama.
Dito isso, a troca da liga metálica pela resina composta não é tão satisfatória.
O paciente deve ser acompanhado regularmente por um cirurgião dentista para que ele avalie se há a necessidade de substituição da obturação prateada de amálgama. Se a resposta for positiva, provavelmente a porcelana será o material indicado.